Cristina nacionaliza petrolífera para retomar o controle sobre setor estratégico
A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, decidiu nacionalizar a petrolífera YPF, controlada pela espanhola Repsol. Em projeto ao Congresso, ela decreta de "interesse público nacional" o setor petrolífero. E determina que, das ações da empresa, 51% serão retomadas pelo Estado argentino e 49% serão distribuídas pelas províncias. O projeto começará a ser debatido nesta terça-feira pelo Senado.
Documento das províncias produtoras divulgado este ano mostra que a produção das empresas de gás e petróleo desabou 11% e 18%, respectivamente. Na Repsol-YPF, o tombo ficou entre 30% e 35% da produção de petróleo nos últimos anos e de 40% da de gás.
Para Cristina, com a balança comercial petrolífera deficitária, a situação do país seria "insustentável", se a Repsol continuasse a reduzir a produção.
Já a União Européia afirmou que o ato trará conseqüências à confiança dos investidores e ao clima econômico do país. O vice-presidente da Associação de Engenheiros da Petrobras (Aepet), Fernando Siqueira, porém, ressalta que a Repsol foi beneficiada na privatização da YFP.
"A empresa foi comprada por um preço absurdamente baixo pois, na época da privatização, no governo de Carlos Menen, a Repsol usou uma auditoria norte-americana e conseguiu reduzir as reservas da empresa em 30%, para 1,6 bilhão de barris. Um mês depois, voltaram para 2,3 bilhões. Uma manipulação grosseira", lembrou, acrescentando que a atitude da Argentina "deve ser um exemplo para o Brasil, que precisa interromper os leilões de petróleo".
O vice presidente da Aepet lembra que, além de reduzir a produção, a Repsol-YPF não investiu na exploração de novas áreas para produção. E as reservas ficaram praticamente inalteradas desde a privatização: "No Brasil, a Repsol comprou Manguinhos, sucateou e depois devolveu", compara.
Fonte: Monitor Mercantil
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