segunda-feira, 16 de abril de 2012

Especialistas da ONU apontam violações à trégua síria

Por Stephanie Nebehay

GENEBRA, 16 Abr (Reuters) - Investigadores de direitos humanos da ONU disseram nesta segunda-feira que receberam relatos de bombardeios e prisões por forças sírias depois do cessar-fogo, além das execuções de alguns soldados capturados por rebeldes, embora o grau da violência tenha em geral diminuído.

A equipe chefiada pelo especialista brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro disse esperar que a trégua obtida pelo mediador internacional Kofi Annan seja mantida e ajude a pôr um fim às flagrantes violações dos direitos humanos documentada nos últimos seis meses pelos investigadores.

Mas a comissão de inquérito para a Síria, cujo mandato concedido pela Organização das Nações Unidas expira em setembro, reiterou que os autores de atrocidades precisarão ser submetidos à Justiça.

A trégua na Síria entrou em vigor na quinta-feira passada, e a comissão se disse preocupada com relatos de vários incidentes desde então, incluindo bombardeios a vários bairros em Homs e o uso de armas pesadas em outras áreas.

"A comissão também está preocupada com relatos de novas prisões, especialmente em Hama e Aleppo", disse o grupo, sem dar detalhes.

A comissão, que se reporta ao Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra, não recebeu autorização para entrar na Síria, mas entrevistou centenas de refugiados e testemunhas no país e no exterior e examinou vídeos, fotos e alguns documentos governamentais.

"A comissão também continuou a receber relatos de abusos dos direitos humanos cometidos por grupos armados antigoverno envolvidos na luta contra o Exército sírio, durante e após o cessar-fogo, incluindo assassinatos extrajudiciais de soldados capturados durante confrontos armados", afirmou o relatório.

Na segunda-feira, vários soldados com boinas azuis começaram a implantar uma presença da ONU no coração da crise síria, prevendo o sucesso da sua missão para estabilizar um precário cessar-fogo de quatro dias, período em que foguetes continuam sendo disparados.


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